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A espera do Messias

Todos estão à espera do “Messias”. Todos. Os muçulmanos e os judeus ainda esperam o primeiro advento do Messias; os budistas aguardam o Maitreya; os zoroastras esperam pelo Saoshyant; para os hindus Krishna; e os hollywoodianos acreditam em cyber-robôs, extraterrestres e até mesmo em homens dotados de poderes sobrenaturais. Tanto no meio religioso quanto no âmbito secular, sejam cristãos ou não, todos, sem exceção, aguardam alguém que vem.

Filmes como “Matrix”, “Superman – O Retorno”, “Deixados Para Trás”, “O Dia em que a Terra Parou”, “Guerra dos Mundos”, “Exterminador do Futuro”, “Eu Sou a Lenda”, “Presságio”, “2012”, entre tantos outros, embora não sejam fidedignos e tragam aberrações e conceitos antibíblicos, exploram largamente princípios messiânicos e profecias apocalípticas. Tais produções cinematográficas garantem que o tema transite livremente e permeie a mente e a imaginação de centenas de milhões. Assim, tanto no meio religioso quanto entre ateus, agnósticos e espiritualistas, as mensagens de um cataclismo global e do advento de um salvador estão sendo propagadas nas igrejas, templos e salas de cinema.

Todavia existe ainda um grupo a ser alcançado: aqueles que não vão ao cinema, não professam fé alguma e nem mesmo creem nas Escrituras Sagradas e em profecias bíblicas. Para esses foi criado outro fenômeno com as mesmas dimensões e o mesmo tom: aquecimento global. “O mundo está com os dias contados”, dizem os ambientalistas mais pessimistas. “Só mesmo um milagre para nos salvar!”, dizem os mais esperançosos. Sendo assim, para onde quer que se vá, de todos os lados e em todos os núcleos, está sendo disseminada uma única e mesma mensagem: algo está para acontecer. E de fato está!

Eruditos e leigos, estudiosos da Bíblia ou não, céticos ou religiosos, todos esperam de forma consciente ou inconsciente um evento único e decisivo, pois ao longo dos séculos entre as mais variadas culturas, povos, nações e línguas, o advento do Messias é a esperança mais preciosa.

Obviamente a mensagem tem sido deturpada e propositadamente adulterada. Grande parte do que se diz sobre o fim dos tempos é falso e tem por finalidade persuadir multidões e conduzir grandes massas ao erro, porém, de qualquer forma, existe uma razão para hindus, muçulmanos, cristãos, budistas e tantos outros aguardarem o advento de um salvador. E a razão é bastante simples: existe o Salvador.

Tentarei ser breve. Sou humano, assim como você, e não sou ninguém para dizer-lhe alguma coisa. Somente o Santo Espírito de Deus pode indicar-lhe o caminho; e disse Jesus: “Eu sou o caminho” (João 14:6). “Portanto, se hoje ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 4:7). Sou um pecador miserável e absolutamente carente de salvação, como qualquer ser vivente, mas, pela graça de Deus, fui liberto e hoje tenho discernimento. Conheço a filosofia deste mundo e já perambulei atrás de uma resposta. Andei a caça de respostas por toda parte e “pastei” procurando verdades aqui e ali, mas nada encontrei, pois existe uma trama diabólica para ludibriar fiéis e pessoas sinceras que anseiam encontrar a luz. De modo que antes de ser liberto, ao invés de luz, me afundei em trevas.

Existem centenas de religiões neste mundo. Existem muitas portas, muitas pretensas verdades e muitas centenas de credos. Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Budismo, Hinduísmo, Xintoísmo, Confucionismo, Taoísmo, e mais recentemente o hollywoodionismo, representando o impacto da mídia na vida das duas últimas gerações. Só no meio cristão existem mais de 36 mil denominações diferentes. A cada dia abrem-se novas igrejas com placas dizendo isto ou aquilo.

Ando pelas ruas e presencio dois fenômenos: (1) alguns dizem: “Pra mim, falando de Deus tá bom!” (2) Outros, já um tanto desanimados e inconformados, dizem: “São tantas igrejas, tantas doutrinas, não sei pra onde ir. Quer saber, na dúvida, fico onde estou.” E assim uns entram e outros fogem de igrejas. Porém, nas duas hipóteses você perde e o inimigo da verdade ganha. Se você entra em qualquer igreja, sem clamar pelo discernimento do Espírito Santo e sem o estudo da Palavra de Deus, portanto, acatando falsas doutrinas e falsos preceitos, o diabo vence. Se você permanece no mundo e abandona a religião, o diabo vence.

“Haverá engano e apostasia, falsas crenças e falsas doutrinas, pois ninguém, de modo algum, vos ludibrie, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2:3, 4). “Pois disse Jesus: porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprio eleitos” (Mateus 24:24). “Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer sobre a terra, diante dos homens” (Apocalipse 13:13”. “Sim, ele é o diabo, Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12:9). “E não é de se admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).

Um novo sistema religioso está surgindo. Um sistema ecumênico de proporções mundiais que se vale do sincretismo para preparar a humanidade para o advento de um falso messias que arrebatará multidões à perdição. Pois, antes do verdadeiro Cristo, surgirá um falso cristo que ludibriará, enganará e seduzirá toda a Terra, exceto aqueles que estiverem imbuídos do Espírito do Senhor. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Romanos 8:14).

A união entre as crenças e vertentes religiosas está formatando uma mentalidade ecumênica e pós-moderna na qual não existe verdade absoluta, na qual todos os credos são válidos desde que professem mensagens de amor e paz. Tal mentalidade é fundamental para que um novo sistema surja e para que todos abracem o falso messias, pois antes do advento do falso cristo é imprescindível que surja um falso cristianismo.

Estamos próximos de um tempo em que haverá apenas dois grupos. Um grupo será formado pelos que desacatam a vontade de Deus e o outro, pelos que serão fiéis até a morte (Apocalipse 14:12).

Você espera o Salvador? Creia ou não, Ele virá com as nuvens e todo olho o verá (Apocalipse 1:7).

(Joeli Gervá, colportor-evangelista)

Estresse conduz a ações automáticas

A rotina leva ao estresse, mas os cientistas descobriram agora que o estresse também leva à incapacidade de sair da rotina. Eles estressaram ratos de laboratório e, posteriormente, avaliaram a sua capacidade de abandonar velhos hábitos. É possível estender as conclusões para humanos, dizem. É uma maneira de o cérebro se proteger. “Uma pessoa estressada vai colapsar se tiver que prestar atenção em mais coisas. Pode ser uma adaptação passar a fazer tudo automaticamente, sem pensar”, diz Rui Costa, neurocientista dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. O estudo saiu anteontem na revista Science. A ideia é que, quando estamos fazendo algo novo – ainda que banal, como apertar o nosso andar no elevador pela primeira vez após a mudança –, temos que refletir sobre o ato. Qual andar? Em que lado fica o painel com os botões? Mas, com o hábito, passamos a fazer essas coisas sem pensar. “Imagine dirigir do trabalho pra casa. Vamos automaticamente. Quantas vezes queríamos parar no supermercado, mas, quando vemos, já estamos em casa?”, diz Costa. A rotina poupa o esforço de pensar.

É possível dizer que os pesquisadores “explicaram” as avenidas cronicamente congestionadas, como a Rebouças, em São Paulo. O trânsito estressa as pessoas, que, num ato automático, deixam de tentar caminhos novos. Continuam voltando para casa pela Rebouças, realimentando o estresse. (...)

(BOL Notícias)

Nota:
Quando li esta matéria, não pude deixar de pensar em quanto interesse o inimigo de Deus tem em nos manter estressados. Quanto mais necessário é o discernimento para julgar entre as múltiplas escolhas com as quais nos deparamos a cada dia, menos capacidade temos de abandonar velhos hábitos, entre eles o hábito de consumir mediocridade. Mais do que nunca, é imperativo que busquemos adotar um estilo de vida antiestressante (preconizado pela Bíblia e nos escritos de Ellen White), a fim de que tenhamos liberdade de escolha (que Deus tanto valoriza) e não ajamos por mero impulso.[MB]

Quarta-feira, Agosto 05, 2009

Universalidade dos direitos humanos e liberdade religiosa

Aldir Guedes Soriano é advogado, pós-graduado em Direito Público pelo Instituto Brasiliense de Direito Público e em Direito Constitucional pela Universidade de Salamanca (Espanha). Vice-Presidente da Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania (Ablirc), membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de São Paulo (2008 e 2009) e presidente da Academia Venceslauense de Letras. Em 2002, lançou o livro Direito à Liberdade Religiosa no Direito Constitucional e Internacional, que alcançou o sucesso preconizado por seu prefaciador, Celso Ribeiro Bastos, na medida em que inspirou novos trabalhos acadêmicos sobre o tema, em diversas universidades brasileiras. Aldir, que também é adventista do sétimo dia, concedeu esta entrevista à revista jurídica Consulex, de 15 de junho de 2009. Leia alguns trechos:

O que é liberdade religiosa?

Entendo que a liberdade religiosa é direito humano fundamental que assegura a todo cidadão a faculdade de escolher, de manifestar e de viver de acordo com sua concepção religiosa, agnóstica ou ateia, em condições de igualdade. Há diferentes concepções acerca da liberdade religiosa, conforme as diversas correntes jusfilosoficas. Segundo os jusnaturalistas, a liberdade religiosa é direito natural da pessoa humana, que nasce com o homem, que é ser ontologicamente livre. Para os idealistas, a liberdade religiosa é um ideal; para os realistas, é conquista humana, consubstanciada na Constituição e nos tratados internacionais de direitos humanos. Não se trata apenas de direito natural, sem força jurídica vinculante. Sem essa liberdade pública não pode haver paz social e a convivência harmoniosa entre as diversas concepções religiosas existentes na sociedade, incluindo ateus e agnósticos.

Qual e a relação entre o direito à liberdade religiosa e democracia?

Entendo que o direito fundamental à liberdade religiosa pode ser considerado como legado do pensamento liberal, que permeou a revolução estadunidense e foi determinante no advento da Constituição norte-americana. Essa mesma corrente do pensamento político também influenciou e conformou o constitucionalismo das demais nações, principalmente ocidentais. A liberdade religiosa, como direito humano positivado, pode ser facilmente associada ao advento do Estado liberal e democrático. Não há direitos civis e políticos sem democracia, nem tampouco liberdade religiosa. A democracia é o substrato que permite o exercício da liberdade religiosa e, também, dos demais direitos fundamentais da pessoa humana. A liberdade de expressão e de religião é a pedra de toque da democracia. Liberdade religiosa e democracia são inseparáveis. Ademais, o poeta alemão Heinrich Heine sintetiza toda a importância da liberdade de expressão e de imprensa no seguinte pensamento: “Onde queimam livros, acabam por queimar pessoas.”

E o fundamento desse direito?

O fundamento do direito à liberdade religiosa pode ser encontrado a partir da seguinte indagação: Por que o Estado deve proteger o direito à liberdade religiosa? Segundo o ponto de vista liberal, o Estado deve proteger a liberdade religiosa porque ao cidadão cabe o direito de escolha, ou seja, ele tem o direito de escolher as suas crenças e de viver ou não conforme os ditames de sua consciência religiosa, ateia ou agnóstica. Ademais, obedecer aos preceitos divinos é faculdade humana (livre-arbítrio). Essa resposta impõe, contudo, outra pergunta: Por que o direito de escolha do cidadão deve ser respeitado? A explicação mais satisfatória está ligada ao principio da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, o Estado deve respeitar as escolhas porque o ser humano é dotado de dignidade própria (ou intrínseca) e, por isso, merece ser tratado com respeito e consideração. Assim sendo, o fundamento cardeal do direito à liberdade e dos demais direitos é a dignidade da pessoa humana.

Após 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, a liberdade religiosa ao redor do mundo não está suficientemente consolidada por meio das constituições estatais e dos diversos tratados internacionais de direitos humanos?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, impactou positivamente a comunidade internacional, entretanto não há liberdade religiosa satisfatória em muitos países. Os tratados internacionais de direitos humanos são constantemente violados por inúmeros Estados signatários, embora as suas próprias constituições, no mais das vezes, assegurem as liberdades de consciência e de crença. Assim sendo, milhares de pessoas não podem exercer “a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”, como idealiza a Declaração de 1948. Em pleno século 21, muitos são perseguidos, encarcerados ou torturados até a morte, simplesmente parque ousaram mudar de religião.

Isso também acontece nos países democráticos?

Segundo Paul Marshall, as violações do direito à liberdade religiosa estão espalhadas por todo o mundo, contudo é notória a gravidade dessas violações nos Estados totalitários, considerados não livres. Nesse sentido, merecem destaque Coréia do Norte, China, Cuba e Vietnã, pois são grandes violadores dos direitos humanos. Há, também, severas restrições à liberdade religiosa na Índia, Arábia Saudita, Sudão e Irã. Por outro lado, os Estados democráticos do Ocidente são os que oferecem melhores condições para o exercício das liberdades públicas relacionadas à religião. Note-se que a maioria dos países restritivos aos direitos fundamentais está localizada na chamada “Janela 10-40”, que se estende do Oeste da África até a Ásia e inclui países do Oriente Médio, Índia e China.

Entre os países mais restritivos, o senhor mencionou alguns Estados muçulmanos. Por que a situação ali é tão grave?

Ocorre que esses países são teocráticos. Assim, subsiste a fusão entre a mesquita e o Estado e o direito estatal se confunde com a religião. A Declaração do Cairo sobre Direitos Humanos do Islã, de 1990, estabelece que os direitos humanos devem se submeter-se à Lei Islâmica (Sharia), como observa Littman. Daí a impossibilidade de se invocar os direitos humanos, já que a lei muçulmana tem prevalência em face da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de eventuais tratados internacionais, ainda que ratificados. Esse fato pode ser considerado uma patologia do direito internacional. O relativismo cultural, nesses Estados, é invocado como justificativa para as mais graves violações de direitos humanos contra as minorias religiosas, mulheres e crianças. Aqueles que não são muçulmanos são tratados como cidadãos de segunda classe nos países teocráticos.

É uma realidade pouco conhecida no Ocidente...

É verdade. Trata-se de fato completamente ignorado pelos ocidentais, como observa Saulo Ramos em seu livro O Código da Vida, ao relatar incidente ocorrido na cidade de Meca, Arábia Saudita. Um time de futebol, com jogadores brasileiros, foi expulso do hotel em que estava hospedado após ter sido descoberto pela polícia religiosa. Os atletas tiveram que ticar em uma cidade vizinha e voltaram para Meca apenas para o jogo. Os não muçulmanos não podem entrar em Meca, pois estariam profanando a cidade santa. Os livros da erudita BatYe’or abordam com profundidade esse problema, com base na legislação islâmica.

A conversão religiosa também enfrenta limites?

A falta de liberdade de mudar de religião também aflige os muçulmanos que vivem nesse contexto teocrático, pois podem ser severamente castigados quando se convertem No Ocidente, os cristãos podem mudar de religião, mas os muçulmanos que residem nas teocracias não desfrutam da mesma liberdade. Inúmeras mesquitas são construídas nos países ocidentais, mas, até mesmo em Estados islâmicos moderados, os cristãos só podem construir igrejas mediante decreto presidencial. (...)

Não precisamos nos preocupar com o tema no Brasil?

Esse certamente não é o caso. Os problemas aqui são mais sutis e giram em torno de discriminações religiosas que, com certa frequência, ocorrem nas escolas e, também, nos ambientes de trabalho. Após a palestra que proferi na sede da Seccional paulista da OAB, uma senhora fez um pedido comovente: “Por favor, não se esqueça dos problemas enfrentados pelos seguidores das religiões de matriz africana. As nossas crianças vão à escola e voltam chorando, porque as professoras dizem que são seguidoras do demônio.” Na minha experiência, percebo que esse tipo de discriminação religiosa é muito comum e as vítimas podem ser de qualquer religião ou mesmo pessoas agnósticas ou ateias. Quem pratica tais atos de intolerância viola a legislação pátria e o art. 12 do Pacto de San Jose da Costa Rica. Os pais são responsáveis pela instrução religiosa dos filhos. Ninguém tem o direito de constranger crianças dessa maneira; no mínimo, covarde.

Quais as perspectivas do direito à liberdade religiosa para o século 21?

É sempre difícil fazer prognósticos, mas uma coisa e certa, o futuro da liberdade religiosa depende da sobrevivência da democracia. A tendência atual não e favorável, uma vez que a democracia ao redor do mundo apresenta sensível declínio. Nesse sentido, é notória a diminuição das liberdades públicas em 38 países, o que foi comprovado pelo relatório da Freedom House, de 2007. Daí porque o cientista político Larry Diamond alerta para a “recessão democrática”, como acontecimento mais importante que a “recessão econômica”. Ideologias totalitárias, apresentadas na literatura de George Orwell e em trabalhos minuciosos de Hannah Arendt, ainda provocam calafrios e perplexidades, porquanto são as mais reais ameaças à democracia e à liberdade humana no presente século. A luta pela liberdade identifica-se com a luta pela democracia. O direito à liberdade religiosa foi conquistado com muitas lutas, sacrifícios e derramamento de sangue. Assim, vale lembrar as contundentes palavras do jurista Von Ihering: “Aquele que anda de rasto como um verme nunca devera queixar-se de que foi calcado aos pés.”

E o maior desafio enfrentado pelos países ocidentais?

Penso que o maior desafio reside na preservação da cultura ocidental. Infelizmente, o Ocidente não valoriza o que tem de melhor: a cultura de paz e de proteção da pessoa humana, que foi construída com as contribuições da filosofia grega, do direito romano e, sobretudo, com o legado judaico-cristão. Há sinais de desprezo por essa cultura nos Estados Unidos e, também, na Europa. Tive essa convicção após a leitura do livro What’s so Great About Christianity, do indiano Dinesh D’Souza. Cumpre aos Estados Unidos preservar seu maior patrimônio cultural: a Primeira Emenda de sua Constituição, que estabelece a separação entre Igreja-Estado e a liberdade de expressão e de religião. Esse monumento à liberdade foi erigido com o equilíbrio entre as influencias iluministas e cristas.

(Publicado com autorização do entrevistado.)

Entrevista com Francis Collins

Talk with Life Tree Cafe from BioLogos Foundation Inc on Vimeo.


Nota: Collins é darwinista teísta. Nesta entrevista (em inglês) dá para se ter uma ideia de como ele pensa.

Terça-feira, Agosto 04, 2009

Petróleo e gás natural podem não ser fósseis

O Universo originou-se de uma descomunal explosão, conhecida como Big Bang. O petróleo e o gás natural são combustíveis fósseis. Estas são provavelmente as duas teorias científicas mais disseminadas, de maior conhecimento do público e algumas das que alcançaram maior sucesso em toda a história da ciência. Elas são tão populares que é fácil esquecer que são exatamente isto – teorias científicas, e não descrições de fatos testemunhados pela história. Mesmo porque as duas oferecem explicações para eventos que se sucederam muito antes do surgimento [sic] do homem na Terra. [Só faltou acrescentar aí a teoria geral da evolução...]

Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceita atualmente sobre a origem do petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural. É com base nessa teoria que chamamos as principais fontes de energia do mundo moderno de “combustíveis fósseis” – porque seriam resultado de restos modificados de seres vivos.

Muito menos disseminado é o fato de que essa não é a única teoria para explicar o surgimento do petróleo. Na verdade, essa teoria hegemônica vem sendo cada vez mais questionada por um grande número de cientistas, que defendem que o petróleo tem uma origem abiótica, ou abiogênica – sem relação com formas de vida.

Os defensores da teoria abiótica do petróleo têm inúmeros argumentos. Por exemplo, a inexistência de fenômenos geológicos que possam explicar o soterramento de grandes massas vivas, como florestas, que deveriam ser cobertas antes que tivessem tempo de se decompor totalmente ao ar livre, juntamente com a inconsistência das hipóteses de uma deposição do carbono livre na atmosfera no período jovem da Terra, quando suas temperaturas seriam muito altas. [Não seria esse revisionismo uma tentativa de fugir ao catastrofismo tão de acordo com a teoria diluvianista?]

A deposição lenta, como registrada por todos os fósseis, não parece se aplicar, uma vez que as camadas geológicas apresentam variações muito claras, o que permite sua datação com bastante precisão. Já os depósitos petrolíferos praticamente não apresentam alterações químicas variáveis com a profundidade, tendo virtualmente a mesma assinatura biológica em toda a sua extensão. [E se a deposição não foi lenta? E se esse vasto sepultamento de animais de grande porte tivesse ocorrido num mesmo tempo, ocasionado por um mesmo evento?]

Além disso, os organismos vivos têm mais de 90% de água e mesmo que a totalidade de sua massa sólida fosse convertida em petróleo não haveria como explicar a quantidade de petróleo que já foi extraída até hoje. [É um bom argumento...]

Outros fenômenos geológicos, para explicar uma eventual deposição quase “instantânea”, deveriam ocorrer de forma disseminada – para explicar a grande distribuição das reservas petrolíferas ao longo do planeta – e em grande intensidade – suficiente para explicar os gigantescos volumes de petróleo já localizados e extraídos. [“Deposição quase instantânea”; “grande distribuição de reservas petrolíferas ao longo do planeta”; eles estão chegando perto...]

Por essas e por outras razões, vários pesquisadores afirmam que nem petróleo, nem gás natural e nem mesmo o carvão, são combustíveis fósseis. Para isso, afirmam eles, o ciclo do carbono na Terra deveria ser um ciclo fechado, restrito à crosta superficial do planeta, sem nenhuma troca com o interior da Terra. E não há razões para se acreditar em tal hipótese.

Na verdade, aí está, segundo a teoria dos combustíveis abióticos, a origem do petróleo, do gás natural e do carvão: eles se originam do carbono que é “bombeado” continuamente pelas altíssimas pressões do interior da Terra em direção à superfície. É possível sintetizar hidrocarbonetos a partir de matéria orgânica, e esses experimentos foram, por muitos anos, o principal sustentáculo da teoria dos combustíveis fósseis.

Mas agora, pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu demonstrar experimentalmente a síntese do etano e de outros hidrocarbonetos pesados em condições não-biológicas. O experimento reproduz as condições de pressão e temperatura existentes no manto superior, a camada da Terra abaixo da crosta.

A pesquisa foi feita por cientistas do Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, em conjunto com colegas da Suécia e da Rússia, onde a teoria do petróleo abiótico surgiu e tem muito mais aceitação acadêmica do que em outras partes do mundo.

O metano (CH4) é o principal constituinte do gás natural, enquanto o etano (C2H6) é usado como matéria-prima petroquímica. Esses dois hidrocarbonetos, juntamente com outros associados aos combustíveis de origem geológica, são chamados de hidrocarbonetos saturados porque eles têm ligações únicas e simples, saturadas com hidrogênio. (...)

[A experiência forneceu] evidências de que os hidrocarbonetos pesados podem existir nas camadas mais profundas da Terra, muito abaixo dos limites onde seria razoável supor a existência de matéria orgânica soterrada.

Outro resultado importante da pesquisa é que a reversibilidade das reações implica que a síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não exige a presença de matéria orgânica. (...)

“A ideia de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para a formação dos reservatórios de óleo e gás foi levantada na Rússia e na Ucrânia muitos anos atrás. A síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, assim como a presença dos hidrocarbonetos pesados ao longo de todas as condições no interior do manto da Terra agora precisarão ser exploradas”, explica outro autor da pesquisa, professor Anton Kolesnikov.

“Além disso, a extensão na qual esse carbono ‘reduzido’ sobrevive à migração até a crosta, sem se oxidar em CO2, precisa ser descoberta. Essas e outras questões relacionadas demonstram a necessidade de um programa de novos estudos teóricos e experimentais para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra”, conclui o pesquisador.

(Inovação Tecnológica)

É preciso humanizar o humanismo dos ateus

Cheguei agora há pouco do interior da Bahia, depois de entrevistar funcionários e residentes do Casa Lar e do Pró-Vida. O Casa Lar é um projeto incrível de assistência a populações urbanas marginalizadas. Pessoas com transtornos mentais leves são enviadas para uma residência, e lá têm acesso a educação, atendimento médico, nutricional, terapêutico, além de aulas de música, fisioterapia e artes. O objetivo é um só: cuidar de pessoas que em muitos casos estão abandonadas até mesmo pela família, ajudando-as a desenvolver suas faculdades mentais. O primeiro abrigo é localizado em Cachoeira, interior da Bahia. Já existe um outro, em Simões Filho, na Grande Salvador, graças ao apoio do Governo do Estado, que acredita na proposta.

Outro projeto é o Pró-Vida. Cuida de pessoas com histórico de dependência química. Conheci Carlos, que chegou ao Pró-Vida em busca de apoio para se livrar das drogas. Estavam afetando seu relacionamento com a família e seu próprio crescimento. Tempos depois de chegar à unidade de tratamento, Carlos se mostra outra pessoa. Trabalha como monitor no Casa Lar e vai casar por esses dias. [Leia mais]

Leia também: "OMS também passa por Deus para chegar aos pobres"

Segunda-feira, Agosto 03, 2009

A importância do pai

Quase 95% dos mamíferos machos têm pouca ou nenhuma interação com seus filhotes. Um caso muito diferente é o dos humanos, o que leva alguns cientistas a entenderem que isso faz parte do que nos faz humanos. A maior parte das pesquisas feitas sobre o assunto concentra no fato de que o pai é o provedor e protetor de suas crianças. E enquanto sejam importantes para essas tarefas, eles também podem ser muito importantes para melhorar o desenvolvimento de habilidades psicológicas e emocionais, como a empatia, o controle emocional e a capacidade de ter relacionamentos sociais complexos. Diferente dos outros animais [sic], os humanos precisam de seus pais para muito mais que apenas a concepção.

Enquanto outros filhotes de primatas [sic] podem viver sozinhos com uma década de vida, os humanos ficam até 20 anos com seus pais, afirma David Geary, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos. Antropólogos especulam que a vulnerabilidade das crianças humanas faz com que o cuidado de várias pessoas seja necessário – o que faz com que a figura paterna seja mais requisitada. De acordo com Geary, a presença de uma figura paterna ajuda a diminuir as taxas de mortalidade infantil e a melhorar a saúde das crianças. (...)

Quando os filhos de pais presentes se tornam adultos, têm maior tendência a ter relacionamentos estáveis e se tornarem bons pais. De acordo com a antropóloga Sarah Hrdy, ser criado por mais de uma pessoa faz com que a criança se torne mais sociável e mais emocionalmente segura. Em comunidades tradicionais, avós e tias assumem o papel para cuidar da criança, mas atualmente, em famílias mais nucleares, esse papel é passado para o pai, de acordo com Hrdy.

Geary afirma que quando o relacionamento com o pai não é harmônico ou pouco afetuoso, a insegurança pode fazer com que a criança cresça mais rápido. Meninas têm a primeira menstruação mais cedo e tendem a se envolver em relacionamentos problemáticos, enquanto os garotos se tornam agressivos e sexualmente opressivos.

(Hypescience)