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Água na boca

Não é apenas quando vemos uma suculenta torta de morango que nossa boca se enche d’água. Na verdade, a boca está sempre molhada e isso é muito bom. De vez em quando, até podemos ficar com a boca seca, especialmente quando estamos nervosos, tristes ou estressados. Mas se a boca está seca a maior parte do tempo, isso não apenas é desconfortável, como pode causar sérios problemas de saúde ou ser indicativo de que já existe uma doença grave.

A saliva faz mais do que simplesmente manter a boca úmida. Ela ajuda a digerir o alimento, protege os dentes das cáries, previne infecções (pois controla as bactérias da boca) e torna possível a mastigação e o ato de engolir.

Esse líquido importante (a saliva) é produzido pelas glândulas salivares, que devem funcionar adequadamente para que tenhamos todos os benefícios descritos acima.

Michelson Borges

Quarta-feira, Julho 01, 2009

Formigas usam sistema de GPS


O Global Positioning System, mais conhecido pela sigla GPS, veio para ajudar as pessoas a não se perder mais. Enquanto trafega pelas ruas de uma cidade, o motorista é orientado por uma voz a seguir em frente, virar à esquerda ou à direita, etc. É, sem dúvida, uma grande invenção. Você já pensou em como certos animais conseguem se orientar perfeitamente, mesmo sem ter um GPS? Mas, será que não têm mesmo?

Pesquisadores descobriram que certas formigas têm minúsculos imãs nas antenas, e isso pode explicar por que esses pequenos insetos parecem sempre saber para onde estão indo. Esses imãs podem fazer parte de um avançado sistema de GPS.

O GPS criado pelo ser humano consome energia e recebe informações de satélites. Já o GPS das formigas pesa quase nada, requer pouca energia para funcionar e não causa dano ao meio ambiente. A pesquisadora Jandira Ferreira de Oliveira, da Universidade Técnica de Munique e do Centro Brasileiro de Pesquisa Física, explica que essas formigas incorporam minerais do solo assim que encostam nele. A equipe da pesquisadora encontrou na antena dos insetos grãos ultrafinos de cristais magnéticos. Essas partículas são como um tipo de “agulha de compasso biológico” que guia o GPS. Segundo Jandira, nosso planeta é magnetizado e as formigas percebem esse magnetismo graças ao sensor nas antenas; depois elas traduzem essa informação e a enviam para o cérebro.

Aproveitando o conselho de Salomão com respeito às formigas (Provérbios 6:6), podemos aprender também que é necessário estar conectados com um sistema de GPS para não nos perdermos pelo caminho. E nosso maior “GPS” é o mesmo Criador das pequenas e maravilhosas formigas.

Michelson Borges

Sexta-feira, Abril 03, 2009

Quem inventou a espiral?

Quando olha para um caderno com arame espiralado, talvez você nem imagine que, das moléculas de DNA até as gigantescas galáxias, as estruturas em espiral são tão abundantes quanto úteis na natureza. Tanto é assim que cientistas estão imitando esse padrão de design e utilizando a nanotecnologia para produzir materiais em formato helicoidal que poderão ser usados para armazenar e transmitir informações, além de liberar medicamentos no interior do corpo humano. Segundo a revista Science de janeiro de 2009, as nanocordas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, montam-se autonomamente a partir da dissolução de nanobastões em um líquido volátil. Quando o líquido se evapora, as forças de capilaridade atuam sobre os nanobastões, inicialmente fabricados em uma estrutura homogênea, fazendo-os deformarem-se e enrolarem-se uns nos outros, como as fibras em uma corda.

Segundo a Dra Joanna Aizenberg, coordenadora da pesquisa, as nanocordas poderão ser utilizadas em energia e no armazenamento de informações, na fotônica, na fabricação de novos tipos de adesivos e, principalmente, na construção de novos sistemas de captura e liberação – espécies de mecanismos robóticos em nanoescala, que poderão ser empregados no transporte e liberação de medicamentos no interior do corpo humano.

Quem ensinou à natureza que as formas em espiral são, além de belas, úteis a tal ponto de inspirar o ser humano a também utilizá-las? Resposta: o Criador das galáxias e do DNA.

Michelson Borges

Por que piscamos?

Tente fixar os olhos num objeto e ficar sem piscar. Quantos segundos você suportou? Já se perguntou por que piscamos? Estudo recente mostrou que os seres humanos fazem milhares de movimentos rápidos com os olhos que os impedem de perder a visão. Portanto, piscar e mover os olhos, mesmo que a gente nem perceba, é um mecanismo essencial para a saúde ocular. Cientistas achavam que esses movimentos eram os resultados de algum erro no sistema neurológico! Como estavam errados! Novas descobertas mostraram que os movimentos dos olhos são controlados pela mesma área do cérebro usada quando procuramos uma manchete no jornal ou rastreamos um objeto em movimento.

Duas funções desses movimentos estão bem claras: (1) como há vasos sanguíneos na parte interna do olho criando um efeito de “fiação entre a lente e o filme”, esses movimentos rápidos permitem que o olho consiga ter um campo de visão completo sem pontos cegos; (2) além disso, esses movimentos também atualizam as imagens gravadas na retina que, de outra forma, desapareceriam.

Richard Krauzlis, que coordenou os estudos, manteve o foco na região do cérebro que é responsável pelos movimentos oculares de “seguir” um objeto. “As imagens que se formam na retina eventualmente desapareceriam de nossa visão se fossem perfeitamente estáticas. Os pequenos movimentos dos olhos, no entanto, permitem que a cena que vemos mude, mesmo que imperceptivelmente, e atualizem a imagem formada constantemente”, explica o pesquisador.

Esse mecanismo teve que estar presente desde que os primeiros olhos foram criados, senão eles deixariam de funcionar logo no início. Não é à toa que o olho humano deixava Darwin de “cabelo em pé”...

Michelson Borges

Terça-feira, Março 24, 2009

Matemáticos por natureza

Em o Instinto Matemático (Ed. Record), Keith Devlin, professor de matemática da Universidade Stanford, apresenta pesquisas recentes sobre morcegos, aves, lagostas e até formigas, com o intuito de provar que eles são matemáticos naturais. As migrações sazonais de andorinhas e borboletas-monarcas, por exemplo, revelam prodigiosa capacidade de orientação, comparável aos mais recentes sistemas de navegação GPS – aparelhos que dependem de matemática avançada.

O autor menciona o exemplo do cachorro que brinca na praia. Se seu dono arremessar a bola em diagonal em direção ao mar, o cão geralmente vai correr sobre a areia, em uma linha reta ao longo da beira, para só depois entrar na água, em diagonal. À primeira vista, não parece uma estratégia inteligente. Todos nós aprendemos que a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Então, por que não correr direto para a bola? Resposta: o cachorro é um bicho terrestre e sua velocidade de nado é menor que a de corrida. A combinação que ele faz entre as duas formas de locomoção representa o modo mais rápido de chegar à bola. Para traçar o mesmo trajeto ideal, uma pessoa teria que fazer muitos cálculos.

O livro menciona também a fantástica engenharia das abelhas, que conseguem armazenar a maior quantidade de mel usando a menor quantidade de cera. “A geometria das abelhas intrigou matemáticos por séculos. Só em 1999 houve uma comprovação definitiva de que a forma do hexágono é a mais eficiente para armazenar mel.”

Qual a explicação para todos esses comportamentos complexos e inatos? Alguma dúvida de qual seja? Esses comportamentos envolvem informação armazenada no cérebro e características e atitudes que deveriam existir desde o princípio para que o animal pudesse sobreviver e deixar descendentes. Os instintos e capacidades matemáticas dos seres criados apontam para Aquele que os criou.

Michelson Borges

Terça-feira, Março 03, 2009

Gel reproduz movimento biológico

Com toda a sua engenhosidade, o ser humano sempre está um passo atrás da natureza, imitando o funcionamento das coisas criadas. As máquinas construídas pelo homem precisam de um impulso externo para funcionar, mas os sistemas biológicos têm solução melhor. Um exemplo é o nosso intestino. Ele faz o movimento peristáltico, uma contração muscular circular e perfeitamente direcional, que depende em parte de um ritmo que é próprio do músculo.

De olho nesse movimento, pesquisadores da Universidade Waseda, no Japão, desenvolveram um gel capaz de imitar os movimentos peristálticos sem nenhum estímulo externo. O segredo desse incrível gel que parece “vivo”, conforme explica o Dr. Shingo Maeda, está em uma reação química especial no interior do líquido. É uma reação oscilante que faz com que o gel inche e se contraia periodicamente, causando o movimento.

Para imitar o movimento peristáltico do intestino, os cientistas construíram uma fita com o novo gel, e fizeram com que, enquanto algumas regiões se expandiam, outras se encolhessem. O movimento de onda faz com que a fita funcione como uma espécie de esteira de transporte.

Na próxima vez que você for ao banheiro, pense no maravilhoso movimento peristáltico com que o Criador dotou o seu intestino.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Computador e cérebro de rato

O camundongo tenta entrar num buraco e leva um choque. Sabe o que acontece? Ele aprende que não deve se meter ali e não fará mais isso, mesmo que a corrente elétrica seja desligada. O computador “age” diferente. Quando encontra determinado erro ao executar um programa, ele continua tentando executá-lo – e continuará travando em todas as tentativas, deixando o usuário louco de raiva.

A diferença é que o animal aprende com a prática e o computador, não. Justamente por isso, um grupo de pesquisadores norte-americanos, entre eles nanotecnologistas e cientistas da computação, está tentando imitar o funcionamento do cérebro dos animais para criar um “computador cognitivo”.

Por mais que a ficção científica apresente a tal “inteligência artificial”, os cientistas sabem que isso não é fácil. Usando planejamento inteligente e botando a cabeça para funcionar, eles estão tendo muito trabalho para chegar perto da eficiência do cérebro de um “simples” ratinho.

“Cada neurônio no cérebro sabe que alguma coisa se alterou”, explica o Dr. Giulio Tononi, da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. “Ele diz ao cérebro: ‘Eu fui acionado e se você quiser fazer alguma coisa, então faça agora’.” Um computador cognitivo que consiga imitar esse mecanismo poderá simplesmente aprender a não executar funções que levem ao travamento ou evitar loops infinitos.

Os pesquisadores precisam ainda construir o hardware que utilizará os mais recentes avanços da nanotecnologia para construir uma arquitetura totalmente nova, uma “arquitetura plástica”, dizem eles, que se adapte a novas situações e se altere com o aprendizado.

Se pensarmos em termos de complexidade, comparado às máquinas feitas pelo ser humano, cérebro de rato ainda é um elogio.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Sábado, Janeiro 17, 2009

Um coquetel chamado colostro

Todo mundo já sabe que o leite materno traz muitos benefícios para o bebê, que vão desde a prevenção de infecções até o aumento da imunidade. Mas e o melzinho que sai antes do leite e é chamado de colostro, para que serve? O colostro é uma verdadeira “vacina natural”, mas foi desprezado durantes séculos porque ninguém sabia para que servia. Essa substância rica é produzida no fim da gravidez e durante três dias após o parto. Quanto antes o bebê começar a sugar, melhor: por algumas horas depois do parto o colostro contém quantidades imensas de anticorpos. No primeiro dia, ele é abundante em ácidos graxos, fatores de crescimento, vitaminas e zinco; aumenta as defesas imunológicas e tem propriedades antiinfecciosas, além de ser particularmente rico em vitamina A, que suplementa as baixas reservas do fígado do recém-nascido. Porém, essa potência tem vida curta: à medida que o leite substitui o colostro, as células protetoras passam de milhões para milhares.

Note bem: existe ajuste perfeito entre as carências do bebê e os benefícios do leite materno. Como e de que forma esse coquetel da saúde foi ajustado para satisfazer as necessidades do recém-nascido? O colostro uma vacina natural rica em vitamina A que é exatamente o que o bebê necessita por ter inicialmente baixas reservas dessa vitamina.

Se já é difícil, do ponto de vista darwinista, dar uma resposta para a origem da reprodução sexuada, imagine explicar o surgimento não planejado do fantástico colostro...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Nadadeiras de baleias e golfinhos inspiram turbina

Aerodinâmica é o estudo de como o ar se comporta em movimento e as forças que ele exerce sobre objetos sólidos. Hidrodinâmica é algo parecido, mas, como o nome mesmo diz, se relaciona a objetos em movimento na água. Os engenheiros estão sempre tentando melhorar a aerodinâmica de carros e aviões e a hidrodinâmica de navios. Cientistas norte-americanos descobriram um novo jeito de fazer isso: imitar as barbatanas, nadadeiras e caudas das baleias e dos golfinhos. E as observações deles possibilitaram desenvolver até mesmo um novo gerador eólico (movido pelo vento), mais eficiente e mais silencioso.

Os golfinhos são exímios nadadores porque são capazes de diminuir o arrasto (força de resistência ao avanço) e o consumo de energia necessária para nadar, isto é, o design deles é perfeito! E mais: enquanto os projetos de engenharia humana têm pouco mais de um século, os golfinhos e as baleias dão um show de hidrodinâmica há milênios.

Segundo o site Inovação tecnológica, as novas pás das gigantescas hélices que fazem girar as turbinas em um gerador eólico foram totalmente redesenhadas a partir da observação das nadadeiras das baleias corcundas. A pesquisa estuda os vórtices, formações em formato de funil que surgem na trilha das baleias e dos golfinhos. Os golfinhos formam esses vórtices durante os ciclos de levantar e abaixar da cauda, o que gera uma espécie de jato no rastro do golfinho que o impulsiona fortemente para frente. O animal consegue regular a geração desses vórtices variando a velocidade do movimento de sua cauda – aumentando as batidas da cauda ele gasta mais energia, mas ganha velocidade, enquanto diminuindo-as ele nada mais lentamente e economiza energia.

Como o golfinho nasce sabendo utilizar essa vantagem anatômica? Quem é o responsável por esse design perfeito? Levante os olhos da água para o céu e você terá a resposta.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Flor de lótus inspira material que não molha

Deus usou nanotecnologia na natureza muitos milênios antes de o homem descobrir que ela existia. Pesquisadores da Universidade de Zurique se inspiraram na capacidade autolimpante da flor de lótus para desenvolver um material que nunca fica molhado: é um tecido feito de fibras de poliéster recobertas por milhões de minúsculos filamentos de silicone.

As gotas de água se mantêm como bolinhas quando repousam sobre o material e rolam quando o tecido é inclinado em apenas dois graus. Um jato de água simplesmente “reflete” no tecido sem deixar rastro. O segredo está nos nanofilamentos de silicone com 40 nanômetros de largura (um nanômetro é a milionésima parte de um metro). Os filamentos são arranjados em uma estrutura cheia de pontas que evitam que as gotas de água cheguem até as fibras de poliéster abaixo.

Segundo o pesquisador Stefan Seeger, “a água descansa sobre os nanofilamentos como um faquir senta em uma cama de pregos”. O projeto foi inspirado na resistência à água das folhas de lótus.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Quarta-feira, Dezembro 31, 2008

Inseto usa sensor infravermelho

Muito dinheiro foi gasto pelos militares para desenvolver binóculos que permitem enxergar à noite. A novidade agora são as câmeras termográficas, aparelhos que podem ser usados para detectar pontos quentes perigosos do lado oposto de portas ou em outros locais de um edifício. Os bombeiros gostaram muito da invenção, naturalmente. O aparelho funciona com base no princípio de que, quanto mais quente um objeto, mais radiação ele emite na banda infravermelha do espectro, que fica além da banda da luz visível. Um inseto que se alimenta de sementes de coníferas, o Leptoglossus occidentalis, já contava com um dispositivo semelhante ao projetado pelo ser humano. O bichinho tem uma espécie de câmera termográfica integrada ao corpo e utiliza essa capacidade de detecção de infravermelho para encontrar comida.

Usando imagens obtidas por um microscópio eletrônico, cientistas canadenses localizaram pares de receptores de infravermelho em cada segmento abdominal do inseto. Experiências de laboratório demonstraram que o animal se deixava atrair por uma fonte de radiação infravermelha.

Mas como o Leptoglossus consegue “ver” a fonte de calor? Os pesquisadores descobriram também que os pinheiros brancos do oeste e os abetos Douglas têm pinhas que se destacam fortemente quando observadas com câmeras especiais que imitam os sensores do inseto. Dependendo do horário de captura de imagem, as pinhas podiam apresentar temperatura até três graus mais elevada do que a dos galhos adjacentes, porque absorvem mais energia solar e possivelmente geram calor durante o desenvolvimento de sementes.

Os pesquisadores gastaram muito tempo e dinheiro para desenvolver a tecnologia de detecção da radiação infravermelha. Isso é projeto inteligente. O Leptoglossus faz isso há muito tempo e depende dessa capacidade para sobreviver. Isso também é projeto inteligente.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Lesmas inspiram novo sistema de propulsão para robôs

As lesmas estão entre os bichos mais lentos que existem. Certamente elas não têm nada a nos ensinar sobre locomoção, certo? Errado. Estudando as lesmas d’água, cientistas descobriram uma nova forma de propulsão que não apenas ajudará a movimentar robôs, mas também permitirá que eles andem de cabeça para baixo em qualquer superfície – até mesmo sobre a água! Na verdade, as lesmas já serviram de inspiração para diversos robôs. Isso se chama biomimetismo, ou seja, a aplicação de técnicas e soluções biológicas encontradas na criação a problemas de engenharia. Os cientistas acreditam que usar as soluções desenvolvidas pelos organismos vivos em equipamentos dos mais diversos tipos pode evitar um grande número de testes e avaliações. Com isso, admitem quase sem querer que a natureza possui design e projeto dignos de imitação.

O que mais intrigou os pesquisadores nas lesmas d’água é a capacidade que elas têm de se movimentar na água, em superfícies molhadas e até mesmo em inclinações totalmente negativas e de cabeça para baixo em superfícies irregulares. A resposta parece estar nas ondas que esses animais criam na gosminha que eles expelem e sobre a qual se movimentam. São essas ondas que permitem que as lesmas d’água criem um arrasto que as permite movimentar-se sobre a superfície absolutamente lisa da água.

“As lesmas d’água ‘distorcem’ a superfície macia e extremamente lisa da água de um lago aplicando forças sobre ela através do muco [gosminha]. Como elas são muito leves, não precisam fazer qualquer esforço para boiarem”, explica o Dr. Eric Lauga. Segundo ele, o detalhe mais impressionante é que as lesmas utilizam a gosminha tanto como “adesivo”, sobre o qual firmam seu pé para se movimentar, já que a água não oferece o apoio encontrado no solo, quanto como lubrificante, permitindo que ela deslize suavemente sobre a própria superfície.

O objetivo agora é imitar essa capacidade das lesmas e aplicá-las aos robôs, para que eles possam andar sobre superfícies lisas e mesmo sobre a água. É mais um caso de tecnologia imitando o projeto da criação.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Domingo, Outubro 05, 2008

Cientistas criam câmera que imita formato do olho

Mais uma evidência de que para se criar sistemas e órgãos complexos é necessário (muito) planejamento inteligente: cientistas americanos desenvolveram uma câmera com o formato de olho e que pode revolucionar a fotografia digital e levar ao desenvolvimento de um olho biônico com um modelo próximo ao do órgão humano.

Em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores dizem ter solucionado um antigo problema: como colocar componentes microeletrônicos em uma superfície curva – que imita a retina do olho humano – sem quebrá-los.

Os pesquisadores criaram um material que forma uma espécie de malha flexível composta de pequenos quadrados que abrigam fotodetectores e componentes eletrônicos. Os quadrados são interligados por cabos que têm o equivalente a 1/100 da espessura de um fio de cabelo. A eficácia do artefato se deve à miniaturização de fotodetectores e dos elementos dos circuitos. A câmera tem dois centímetros de largura, uma única lente e um sistema de detecção de luz côncavo.

“Os olhos dos animais não são assim [planos]; a retina é curva”, disse o líder da pesquisa, John Rogers, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. “Essa curvatura permite aos animais verem o mundo sem distorção – ao contrário de imagens produzidas com câmeras, que perdem o foco na periferia.”

Darwin afirmou certa vez que o olho humano “possivelmente deveria ter sido adquirido por seleção gradual de desvios sutis, mas úteis”. A esposa dele, Emma Darwin, não engoliu a explicação e escreveu: “Uma grande suposição.”

Essas anotações de Emma devem ter mexido com a cabeça do naturalista inglês, pois a idéia de evolução gradual, passo a passo, de um órgão extremamente complexo e integrado como o olho causava-lhe “calafrios”.*

Michelson Borges

* The Life and Letters of Charles Darwin 2:12, 296 (1887)